A cidade de Milão quer candidatar-se a fundos públicos para pagar aos seus cidadãos para trocarem os carros pelas bicicletas na hora de ir para o trabalho. Quem passa por Itália vê poucas bicicletas pelas ruas, ao contrário de grandes cidades europeias, mas os elevados níveis de poluição existentes na cidade de Milão poderão alterar por completo essa situação.
A famosa cidade italiana pretende seguir o exemplo de Massarosa, uma pequena localidade na região de Toscana onde um projecto-piloto, assente neste modelo, está a ser desenvolvido e que quer reembolsar os cidadãos que usam este meio de transporte para se deslocarem até ao trabalho. Também outros países Europeus já têm projectos semelhantes, como já abordamos neste artigo, em França são pagos 25 cêntimos por quilómetro às pessoas que optam por este meio de transporte para trabalhar.
Para que o projeto consiga implementar-se de maneira a contribuir para a diminuição da poluição será necessário apostar em “medidas revolucionárias”, creem os responsáveis. “Pagar para que as pessoas usem bicicletas não é suficiente. Se não se proporcionar um ambiente seguro, poucas pessoas utilizarão este meio de transporte”, explica Ralph Buehler da Universidade de Virgínia, nos EUA.
Desta forma, Milão poderá entrar para o conjunto de cidades que aposta no uso de bicicletas para combater a poluição, tendo de investir em ciclovias e estacionamentos para uso deste meio de transporte.
A medida segue-se ao anúncio, em dezembro, de um fundo governamental de 35 milhões de euros para soluções de mobilidade sustentável, numa tentativa de diminuir os perigosos níveis de poluição na cidade. Os elevados níveis de poluição em várias cidades italianas, nomeadamente Milão, estão na origem da decisão do Executivo de apoiar soluções de mobilidade sustentáveis.